Mundo – Saibaqui https://saibaqui.com Fri, 12 Apr 2024 21:38:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://saibaqui.com/wp-content/uploads/2025/02/cropped-cropped-logositerevista2-e1629834848542-32x32.png Mundo – Saibaqui https://saibaqui.com 32 32 Esperança além das fronteiras: um novo capítulo para jovens haitianos https://saibaqui.com/esperanca-alem-das-fronteiras-um-novo-capitulo-para-jovens-haitianos/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=esperanca-alem-das-fronteiras-um-novo-capitulo-para-jovens-haitianos Fri, 12 Apr 2024 21:38:38 +0000 https://gtrevista.com/?p=1614 Em um movimento que reacende as esperanças de centenas de jovens haitianos, uma reunião importante  ocorreu nesta tarde de 12 de abril, marcando um passo significativo para o fortalecimento dos laços educacionais entre Haiti e Brasil.

O encontro virtual contou com a participação do Ministro, Rubem Mendes de Oliveira, representante da Embaixada do Brasil no Haiti;  Werner Garberes Elias Pereira, diretor do Centro Cultural Brasil-Haiti; e Samuel Dorvilus, diretor da agência S&S Intercâmbio Brasil com sede em Porto Velho – Ro e representação em Porto Príncipe

Faculdade Católica

A reunião focou em três  pontos críticos que facilitam a mobilidade acadêmica entre os dois países em um momento em que o Haiti enfrenta uma intensa crise política. Primeiramente, discutiu-se a liberação de vistos para alunos haitianos já com carta de aceite em  cursos profissionalizantes oferecidos através de um convênio com a Faculdade Católica de Rondônia. Adicionalmente, abordou-se a dispensa de certos documentos normalmente exigidos para o processo de visto, considerando os irregulares funcionamentos dos órgãos governamentais do Haiti. Estes documentos são:  a não exigência de extratos bancários, reconhecendo que a SS Intercâmbio Brasil assumirá responsabilidades significativas, como acomodação, alimentação e seguro de saúde dos estudantes durante sua estadia no Brasil; E a dispensa de certidões de nascimento e antecedentes também em função do irregular funcionamento dos órgão governamentais. E por fim,  foi requisitado todos os protocolos de pedidos de vistos que foi dado entrada no Consulado em  fevereiro último. 

Entusiasmado com a pauta, o senhor Rubem solicitou também a  relação de todos alunos pré-inscritos junto com sua documentação. Ele salientou que essa relação vai ajudar a pensar numa forma de liberar vistos com menos burocracia.  “Mas vale lembrar que somente estarão aptos para terem os processos de vistos aqueles quatrocentos ( 400) alunos que já deram entrada nos documentos” Finalizou Samuel Dorvilus, diretor da agência de intercâmbio. 

O representante da Embaixada, Rubem Mendes de Oliveira, comprometeu-se a agilizar o processo de obtenção de vistos, prometendo enviar  carta  ao Ministro Chefe do Itamaraty, Mauro Vieira. Na  carta será mencionada a reunião que Samuel Dorvilus esteve  com Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto, na data de 18 de julho de 2023 em Brasília-Brasil . A carta vai pedir urgência e a importância desta iniciativa.

 

Fonte: Assessoria

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Putin responde a comentário “rude” de Biden sobre ele https://saibaqui.com/putin-responde-a-comentario-rude-de-biden-sobre-ele/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=putin-responde-a-comentario-rude-de-biden-sobre-ele Thu, 22 Feb 2024 18:50:01 +0000 https://gtrevista.com/?p=1524 Presidente russo reforçou que democrata é preferível para a Rússia em relação a Donald Trump

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na quinta-feira (22) que o comentário de Joe Biden chamando-o de “louco FDP” mostrou por que o Kremlin achava que, para a Rússia, Biden seria um futuro presidente dos Estados Unidos preferível a Donald Trump.

“Estamos prontos para trabalhar com qualquer presidente. Mas acredito que, para nós, Biden é um presidente preferível para a Rússia e, a julgar pelo que ele acabou de dizer, estou absolutamente certo”, disse Putin à televisão estatal, com um leve sorriso.

“Não é como se ele pudesse me dizer: ‘Volodya, obrigado, muito bem, você me ajudou muito’”, disse Putin. “Você me perguntou o que é melhor para nós. Eu disse isso e ainda acho que posso repetir: Biden.”

O Kremlin disse anteriormente que Biden degradou os Estados Unidos ao chamar Putin de “louco FDP” em uma arrecadação de fundos em São Francisco na quarta-feira (21).

O presidente russo disse no início deste mês que preferia Biden a Trump como presidente dos Estados Unidos porque Biden era “mais experiente” e “previsível”.

Da Reuters

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Inflação anual da Argentina passa de 250% em janeiro, o nível mais alto em 3 décadas https://saibaqui.com/inflacao-anual-da-argentina-passa-de-250-em-janeiro-o-nivel-mais-alto-em-3-decadas/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=inflacao-anual-da-argentina-passa-de-250-em-janeiro-o-nivel-mais-alto-em-3-decadas Wed, 14 Feb 2024 19:49:15 +0000 https://gtrevista.com/?p=1438 Índice mensal de janeiro foi de 20,6%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos publicados nesta quarta (14)

A inflação anual da Argentina chegou a 254,2% no último mês. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos publicados nesta quarta (14), o índice mensal de janeiro foi de 20,6%.

Este é o maior valor em 12 meses desde 1991.

A taxa foi puxada por aumentos nos setores de bens e serviços, transporte e comunicação. O índice mostra uma desaceleração em relação a dezembro, quando a inflação mensal do país chegou a 25,5%.

Para Hernán Letcher, diretor do Centro de Economia Política Argentina, a diminuição de alguns pontos é um fator “secundário”, diante dos fortes aumentos ainda registrados no país.

“Dizer que a inflação está baixando é um olhar exageradamente positivo. O índice de janeiro ainda é muito alto e tem uma dinâmica similar ao do mês de dezembro”, afirma Letcher, mencionando os aumentos de preço desde dezembro como resultado da desvalorização de cerca de 54% do peso em relação ao dólar e do fim de diversos controles de preços.

Ele observa ainda que em fevereiro há uma moderação nos aumentos de alimentos, mas, por outro lado, tem havido um aumento substancial de aumentos dos preços regulados, como de transporte público e planos de saúde. “Ou seja, em fevereiro vai haver uma inflação relativamente alta”, diz.

“É fácil desacelerar o índice depois de ter 25,5% de inflação no mês anterior. Diminuir para 20% não é um mérito, simplesmente é que o choque que geraram, que continua nesta medição, não é perpétuo”, explica o economista Martín Kalos, diretor da EPyCA Consultores.

Para ele, a questão agora é como o índice se comportará nos próximos meses. “A suposição é de uma desaceleração paulatina, mas pelo que vemos, será uma desaceleração muito lenta. Se não diminuir para menos de 18% em fevereiro e 15% em março, não são números para se vangloriar”, diz.

Os economistas também ressaltam que haverá mais impactos nos próximos índices devido aos aumentos já previstos, como da energia e do transporte público, ao longo do primeiro semestre.

Com a vigência do decreto do governo Milei, assinado em dezembro e que eliminou controle de preços em diversos setores, diversos prestadores de planos de saúde aumentaram valores das mensalidades em cerca de 40% em janeiro, 30% em fevereiro e 20% em março.

“Os únicos valores que não estão se atualizando neste ritmo são os salários, o que marca um panorama muito difícil para os próximos meses e não sabemos se termina com uma queda da inflação ou uma inflação que se mantém em níveis altos assim durante vários meses”, ressalta Kalos.

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Por que Bob Marley é um ícone dos direitos humanos https://saibaqui.com/por-que-bob-marley-e-um-icone-dos-direitos-humanos/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=por-que-bob-marley-e-um-icone-dos-direitos-humanos Wed, 14 Feb 2024 19:43:17 +0000 https://gtrevista.com/?p=1435 Crescido na pobreza – mas também solidariedade – de um gueto, músico jamaicano levou o movimento rastafari para o mundo através do reggae. Para além dos dreadlocks, uma mensagem de igualdade e justiça para todos.

Ao se apresentar em junho de 1980 na cidade alemã de Colônia, Bob Marley já estava abatido pela doença. Ainda assim, seu carisma fascinou os 8 mil espectadores. Sobretudo quando entoou sua Redemption song: totalmente só, sob o foco dos refletores, envolto pela nuvem de fumaça das centenas de baseados de maconha distribuídos entre o público.

Menos de um ano mais tarde, em 11 de maio de 1981, o cantor e compositor morria de câncer, aos 36 anos. Contudo suas ideias políticas e espirituais perduram até hoje e continuarão vivendo em sua música, pelo futuro adentro.

Marley levou o reggae e suas mensagens para o mundo de forma tão duradoura que esse gênero musical jamaicano hoje é tocado por toda parte, e a Unesco o declarou Patrimônio Imaterial da Humanidade.

Em 2024, o filme biográfico Bob Marley: One love, dirigido por Reinaldo Marcus Green e estrelado por Kingsley Ben-Adir – com lançamento no Brasil e Alemanha marcado para esta quinta-feira (15/02) –, constitui mais um memorial ao músico.

Kingsley Ben-Adir encarna o cantor jamaicano em© Chiabella James

Rastafari: escravidão, religião, esperança, dreadlocks, reggae

Aos 22 anos, Marley descobriu para si a religião rastafari. Ela é relativamente jovem: 2 de novembro de 1930, quando Haile Selassie 1º foi coroado imperador da Etiópia, é considerado o marco de sua fundação. O nome original de Selassie era Ras Tafari Makkonen: no idioma amárico, ras significa “príncipe”.

Seus seguidores viam nele a reencarnação de Jesus Cristo, como Deus vivo na Terra. Alguns anos antes, o ativista jamaicano Marcus Garvey (1887-1940) previra a coroação de um poderoso rei na África, que promoveria a libertação dos negros. Grande parte da crença dos rastafaris remonta à Bíblia, especialmente ao Velho Testamento.

Eles creem num retorno – também espiritual – à África, à terra prometida Etiópia. Os jamaicanos negros são descendentes de africanos escravizados, sequestrados e traficados para a América e o Caribe. Com auxílio de sua fé, os rastafaris buscam superar a ruptura cultural provocada pelo sequestro e escravização de seus ancestrais.

A meta é uma vida o mais natural possível, seguindo os princípios de amor e paz, e guiada pela justiça, unidade e igualdade, numa luta contra a Babilônia – como sinônimo do mundo ocidental, que tanta infelicidade trouxe ao povo africano. Mas para eles Babilônia também representa a Jamaica, onde os antepassados acabaram confinados como escravos.

Manifesto pela legalização da cânabis em Varsóvia, maio de 2011, Polônia: Marley é a figura-símbolo© Jerzy Dabrowski/picture alliance

Estima-se que hoje o movimento mundial dos rastafaris reúna entre 700 mil e 1 milhão de adeptos, de todas as cores de pele, que rechaçam qualquer forma de subjugação humana, seja política, cultural ou religiosa.

Seus característicos dreadlocks – penteados em longas mechas de fios ásperos – têm como fim distingui-los das camadas superiores da sociedade. O tão enfatizado consumo de marijuana serve antes à expansão da consciência do que para inebriar, e não é parte integrante do rastafarianismo.

Com a ascensão de Bob Marley ao estrelato, também a música dos rastafaris ganhou palco mundial. O reggae nasceu na Jamaica da década de 1960, época em que distúrbios sociais dominavam e gângsteres geravam insegurança nas ruas. Reunidos nos assim chamados sound systems, DJs organizavam discotecas ambulantes, combinado estilos existentes como mento, ska, soul e jazz.

Marley contribuiu decisivamente para a evolução do reggae como gênero musical independente: o ritmo relaxado, porém propulsivo, se prestava idealmente para divulgar a mensagem de paz e amor. Apesar de conter bastante retórica religiosa, suas letras também têm os pés no chão, ao narrar os problemas de uma minoria discriminada, de guetos, escravidão e injustiça. Mas a fé rastafari atravessa as canções como um fio de Ariadne.

Bob Marley e seu canto de libertação

Hoje hino inoficial da Anistia Internacional, Get up stand up se originou na viagem de Marley ao Haiti, onde o chocou a miséria da população sob a ditadura de François Duvalier, o “Papa Doc”, que durou de 1957 a 1986. O texto exorta a confiar no próprio discernimento, a lutar pelos próprios direitos e não desistir.

Exodus aborda a crença rastafari do retorno à África, em que o nome de Deus é Jah:

Are you satisfied / With the life you’re living // We know where we’re going / We know where we’re from // We’re leaving Babylon / We’re going to our father land // Exodus, movement of Jah people

(Vocês estão satisfeitos / Com a vida que estão vivendo? // A gente sabe pra onde está indo / Sabe de onde vem // Vamos embora de Babilônia / Vamos pra nossa pátria // Êxodo, movimento do povo de Jah)

Em Zimbabwe, o poeta incita os africanos a liberarem o Zimbábue, denominado Rodésia sob a colonização britânica. Na festa da independência zimbabuana, Marley apresentou ao vivo esta canção, que se tornou o hino nacional inoficial do país.

No woman, no cry expressa a sensação de viver em Trenchtown, o gueto da capital jamaicana, Kingston, onde Bob Marley cresceu, cercado de pobreza e laços familiares fortes, de apoio mútuo. Embora conste que ele é responsável ao menos pela melodia, a autoria é oficialmente atribuída a seu amigo Vincent Ford. Gilberto Gil dedicou uma versão brasileira a No woman, no cry, intitulada Não chore mais.

Mas Redemption song é talvez o maior legado musical do jamaicano. Nela ele cita o profeta rasta Marcus Garvey, que em 1937 disse, num discurso, aludindo ao cativeiro dos ancestrais africanos: “Emancipem-se da escravidão mental, ninguém pode libertar as nossas mentes senão nós mesmos.”

Essa ideia e a noção de que morreria em breve inspiraram Bob Marley a escrever a canção que até hoje traz esperança a muitos, por todo o mundo. Embora Redemption song exista em diversas gravações, a preferida de muitos fãs costuma ser a em que ele é acompanhado apenas por uma guitarra: a instrumentação rarefeita reforça a intensidade da canção.

Autor: Silke Wünsch

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A Ameaça nazista e a História que se repete. https://saibaqui.com/a-ameaca-nazista-e-a-historia-que-se-repete/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-ameaca-nazista-e-a-historia-que-se-repete Thu, 03 Mar 2022 00:01:03 +0000 https://gtrevista.com/?p=675 Hoje, o discurso na TV estatal russa foi de que Biden, os EUA, a OTAN e basicamente todos que defendem a Ucrânia na guerra de Putin são neonazistas, já que apoiam um presidente que a propaganda putinista classifica como neonazista — e que alguns canais de mídia ocidentais parecem ter aderido.

Na Rússia, a TV estatal mostra uma realidade alternativa com mentiras que incluem narrativas de que a Ucrânia haveria causado algumas das explosões em seu território, chegando ao ponto de exibir imagens editadas graficamente para remover a pintura do “Z” de tanques russos.

Foto: Nikolai Trishin/Tass/picture alliance

O órgão que regula a mídia ameaçou censurar canais independentes que se refiram à guerra de Putin como “guerra”, os veículos de comunicação também devem se abster de usar palavras como “agressão” e “invasão”, que devem ser substituídas por expressões mais brandas como “operação militar”.

O governo russo adota uma política similar ao Macarthismo americano, que foi quando os EUA usavam a ideia de conter “ameaças comunistas” para taxar adversários políticos como traidores e promover uma política imperialista — algo que o Brasil conheceu de perto, já que uma das ações adotadas pelos EUA foi a participação no golpe militar de 1964, que objetivava “conter a ameaça comunista no Brasil”, um eco escancarado do discurso americano.

Ao longo da história, as políticas imperialistas já usaram várias justificativas, como a de levar “salvação” para os pagãos; levar democracia; conter ameaças comunistas/terroristas/nazistas e etc, não importa qual a justificativa, o meio sempre incluiu invasões militares, controle político e derramamento de sangue.

A história já se repetiu tantas vezes que é inadmissível, na era atual, fechar os olhos para o imperialismo, seja ele americano, russo ou até mesmo brasileiro contra os povos indígenas.

 

Por: Matheus Faustino | Agência de notícias GT revista

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GUERRA DO AFEGANISTÃO: 10 MIL DÓLARES INVESTIDOS EM AÇÕES DA INDÚSTRIA BÉLICA AGORA VALEM 100 MIL DÓLARES https://saibaqui.com/guerra-do-afeganistao-10-mil-dolares-investidos-em-acoes-da-industria-belica-agora-valem-100-mil-dolares/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=guerra-do-afeganistao-10-mil-dolares-investidos-em-acoes-da-industria-belica-agora-valem-100-mil-dolares Wed, 25 Aug 2021 15:16:19 +0000 https://gtrevista.com/?p=468 SE ALGUÉM COMPROU 10 mil dólares em ações divididas igualmente entre as cinco maiores empresas da indústria bélica dos Estados Unidos em 18 de setembro de 2001 – o dia em que o presidente George W. Bush assinou a Autorização para Uso de Força Militar em resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro – e reinvestiu religiosamente todos os dividendos, o valor agora chegaria a 97.295 dólares.

É um retorno muito maior do que o oferecido pela média do mercado de ações no mesmo período. Caso 10 mil dólares fossem investidos em um fundo do índice S&P 500 em 18 de setembro de 2001, hoje eles valeriam 61.613 dólares.

Ou seja, as ações da indústria bélica superaram o desempenho do mercado de ações em 58% durante a Guerra do Afeganistão.

Além disso, dado que as cinco maiores contratadas pelo Departamento de Defesa – Boeing, Raytheon, Lockheed Martin, Northrop Grumman e General Dynamics – fazem parte do índice S&P 500, isso significa que as demais empresas tiveram retornos menores do que a média do índice S&P.

Esses números sugerem que é um equívoco concluir que a imediata tomada do Afeganistão pelo Talibã após a saída dos Estados Unidos indicaria que a Guerra do Afeganistão foi um fracasso. Pelo contrário, da perspectiva de algumas das pessoas mais poderosas dos Estados Unidos, ela pode ter sido um sucesso extraordinário. É fato conhecido que os conselhos de administração de todas as cinco empresas incluem oficiais militares aposentados de alta hierarquia.

Vários analistas abordam essa questão no documentário de 2005 “Por que lutamos?” (Why We Fight), lembrando o alerta que o presidente Dwight Eisenhower fez sobre o complexo militar-industrial. Chalmers Johnson, acadêmico e ex-contratado pela CIA declara: “Garanto a você, quando a guerra se tornar lucrativa, teremos mais guerra.” Um tenente-coronel aposentado da Força Aérea diz: “Os americanos que têm um filho ou uma filha que será enviado … eles olham para o custo-benefício e dizem: ‘Não acho que isso seja bom’. Mas políticos que entendem as negociações, os contratos futuros, eles têm uma análise de custo-benefício diferente quando olham para a guerra.”

Estes são os números detalhados das principais empresas militares contratadas desde setembro de 2001. Todas, exceto a Boeing, recebem a grande maioria de suas receitas do governo dos Estados Unidos.

 S&P 500

  •     Retorno total: 516,67%
  •     Retorno anualizado: 9,56%
  •     Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 61.613,06 dólares

Cesta com as cinco principais ações de empresas contratadas

  •     Retorno total: 872,94%
  •     Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001 (2 mil dólares de cada empresa): 97.294,80 dólares

Boeing

  •     Retorno total: 974,97%
  •     Retorno anualizado: 12,67%
  •     Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 107.588,47 dólares
  •     O conselho inclui: Edmund P. Giambastiani Jr. (ex-vice-presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA), Stayce D. Harris (ex-inspetor-geral da Força Aérea dos EUA), John M. Richardson (ex-chefe da Marinha de Operações Navais dos EUA)

Raytheon

  •     Retorno total: 331,49%
  •     Retorno anualizado: 7,62%
  •     Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 43.166,92 dólares
  •     O conselho inclui: Ellen Pawlikowski (general aposentada da Força Aérea dos EUA), James Winnefeld Jr. (almirante aposentado da Marinha dos EUA), Robert Work (ex-secretário adjunto de Defesa dos EUA)

 Lockheed Martin

  •     Retorno total: 1.235,60%
  •     Retorno anualizado: 13,90%
  •     Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 133.559,21 dólares
  •     O conselho inclui: Bruce Carlson (general aposentado da Força Aérea dos EUA), Joseph Dunford Jr. (general aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA)

 General Dynamics

  •     Retorno total: 625,37%
  •     Retorno anualizado: 10,46%
  •     Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 72.515,58 dólares
  •     O conselho inclui: Rudy deLeon (ex-vice-secretário de Defesa dos EUA), Cecil Haney (almirante aposentado da Marinha), James Mattis (ex-secretário de Defesa dos EUA e ex-general dos Fuzileiros Navais), Peter Wall (general britânico aposentado)

 Northrop Grumman

  •     Retorno total: 1.196,14%
  •     Retorno anualizado: 13,73%
  •     Valor atual de 10 mil dólares em ações compradas em 2001: 129.644,84 dólares
  •     O conselho inclui: Gary Roughead (almirante aposentado da Marinha dos EUA), Mark Welsh III (general aposentado da Força Aérea dos EUA)

Todos os cálculos de retorno das ações foram feitos com a calculadora DRIP do Dividend Channel para o período de 18 de setembro de 2001 a 15 de agosto de 2021. Eles refletem os retornos brutos sem impostos e taxas, e não são ajustados pela inflação.

 

Fonte: the intercept
Tradução: Antenor Savoldi Jr.

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A campeã paralímpica que viveu ‘presa ao próprio corpo’ https://saibaqui.com/a-campea-paralimpica-que-viveu-presa-ao-proprio-corpo/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-campea-paralimpica-que-viveu-presa-ao-proprio-corpo Mon, 23 Aug 2021 20:37:09 +0000 https://gtrevista.com/?p=418

Desde pequena, Victoria Arlen sonhava em ser atleta.

Mas, aos 11 anos, uma condição (até então inexplicável) a deixou em estado vegetativo — e ela acordou quase três anos depois em uma cama de hospital “presa” em seu corpo, incapaz de se comunicar ou se mover.

Ela estava consciente de tudo que acontecia à sua volta, mas ninguém sabia.

Em entrevista ao apresentador Harry Graham do programa de rádio Outlook, da BBC, em 2018, ela compartilhou sua história de superação — que a levou a conquistar em tempo recorde uma medalha de ouro na natação nos Jogos Paralímpicos Londres 2012.

Quando a professora de Victoria Arlen perguntava o que ela queria ser quando crescer, a resposta estava na ponta da língua:

“Medalhista de ouro e nadadora olímpica.”

Victoria cresceu em New Hampshire, nos Estados Unidos, ao lado dos dois irmãos trigêmeos. E o esporte sempre foi uma parte importante da sua vida.

“Eu era boa em natação e hóquei na grama. Fiz dança competitiva por um tempo, mas nadar era realmente o que eu amava, minha paixão”, diz a jovem, hoje com 26 anos.

Ela esbanjava saúde e ótima forma física — até que, por volta dos 10 anos, algo mudou.

“Meu sistema imunológico começou a ficar comprometido. Quando completei 11 anos, a cada duas semanas eu pegava uma pneumonia, uma gripe, tinha desmaios, desenvolvi asma. Como eu sempre melhorava, não era muito uma preocupação.”

“Mas, em 29 de abril de 2006, comecei a sentir uma forte dor do lado direito (do meu corpo) e foi meio que o início da jornada”, relembra.

Foi quando Victoria começou a perder o controle sobre algumas partes do corpo.

“(Primeiro) foram minhas pernas e, em seguida, a parte superior do meu corpo, meu tronco, minhas mãos. E depois minha voz.”

“Perder o controle completo de todo o seu corpo, mas ainda estar mentalmente consciente, é aterrorizante”, afirma.

Este processo durou cerca de dois meses. O rápido (e até então inexplicável) declínio físico de Victoria afligia não só a ela, mas a todos que estavam à sua volta.

“Meus pais estavam em pânico, tentando descobrir o que estava acontecendo e por que a filha deles estava se deteriorando tão rápido.”

A situação se agravou ainda mais quando ela estava sendo transferida de hospital.

“Eu só me lembro de entrar na ambulância e tudo meio que escureceu”, conta.

Era agosto de 2006, e Victoria estava entrando em estado vegetativo. Os próximos anos seriam completamente perdidos para ela.

O despertar

Somente no início de 2009, a jovem voltaria a ficar consciente de novo.

“Acordei basicamente em um quarto de hospital, com pessoas falando ao meu redor, mas ninguém reconhecendo o fato de que eu estava fazendo uma pergunta.”

“Havia um tubo na minha garganta, algo estava respirando por mim, eu estava meio presa. Não conseguia me mover e não conseguia gritar.”

“Me lembro de ficar (perguntando): ‘Onde estou? O que está acontecendo?’ Eu ficava tipo: ‘Oi, oi’. Sem perceber que estava, na verdade, ‘falando’ dentro da minha cabeça, e não para alguém.”

Victoria finalmente se deu conta de que as pessoas à sua volta não faziam ideia de que ela estava consciente.

“Quando percebi que eles não sabiam que eu ‘estava’ ali, que eles não sabiam que estava ‘trancada’, foi aí que comecei a ficar realmente apavorada com o fato de estar ‘presa’ e ser considerada um caso perdido.”

Para não ser tomada pelo pânico, ela conta que tentou se concentrar no lado positivo da situação:

“Pelo menos eu tenho meu cérebro, pelo menos eu posso ter esses pensamentos… Meu corpo pode não funcionar, mas eu tenho minhas memórias. A Victoria ainda está aqui”, ela pensava.

Arlen havia recuperado a consciência, mas ainda não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde que apagara na ambulância.

“(Até que) algum médico ou alguém mencionou o dia, e foi quando eu me dei conta: ‘Meu Deus, passou esse tempo todo, agora sou uma adolescente. E isso também me deu pânico.”

“Senti que todos aqueles anos haviam sido roubados de mim, esse período para crescer e aprender…”, desabafa.

Não havia nenhuma indicação de que Victoria estava consciente. Mas ela estava ciente de tudo que acontecia à sua volta.

Seus olhos estavam abertos e, além de escutar, ela conseguia enxergar, mas o que ela via dependia de onde seus olhos estavam fixados — “eles meio que tinham vontade própria”, segundo ela.

“Nove entre dez vezes, eles rolavam para trás na minha cabeça, e meio que ficavam caídos para um lado.”

“Eu piscava, mas não quando queria. Era uma espécie de movimento involuntário”, relata.

Abusos

Enquanto estava neste estado, Victoria sofreu abusos por parte da equipe médica.

“Você não imagina como os médicos e enfermeiros podem ser horríveis e desrespeitosos quando pensam que você está inconsciente e incapaz de se comunicar ou é dada como uma causa perdida.”

“Lidei com muitos abusos e negligências da equipe médica”, revela a jovem, que preferiu não entrar em detalhes sobre a natureza dos abusos durante a entrevista.

Mas, em seu livro de memórias, Locked in: The Will to Survive and the Resolve to Live, ela descreve os abusos como repetidas agressões físicas.

Ela diz que preferiu deixar essa parte de sua história para trás e por isso não processou nenhum dos hospitais em que ficou internada.

Enquanto estava acamada, Victoria também testemunhou conversas que nunca deveria ter escutado.

“Tenho uma lembrança muito forte dos meus pais saírem para almoçar, e duas enfermeiras entrarem. Elas estavam fazendo algum procedimento, e uma enfermeira disse para a outra: ‘Você acredita que os pais dessa menina acham que ela vai ficar bem? Essa criança é um caso perdido’.”

“Eu só me lembro de ouvir e pensar: ‘eu estou ouvindo’.”

“Eu queria gritar com elas. Talvez soltar alguns palavrões naquele momento.”

Apoio da família

Naquela ocasião, o prognóstico de Victoria não era, de fato, nada bom — para a equipe médica, parecia muito improvável que ela se recuperasse.

Mas a família se recusou a aceitar. E a cada visita, os pais e irmãos faziam questão de expor Victoria ao que estava acontecendo no mundo lá fora — davam a ela roupas da moda, por exemplo, e botavam para tocar músicas que faziam sucesso entre os adolescentes, além de sintonizar a televisão em seus programas favoritos, como Dancing with the Stars, o Dança dos Famosos americano — do qual ela sonhava participar um dia.

“Eles tentavam fazer tudo que achavam que poderia colocar a Victoria para fora ou pelo menos manter a Victoria, Victoria”, diz ela.

“Meu irmão costumava dançar Lady Gaga para tentar me fazer rir.”

A parte mais difícil, no entanto, era quando seu pai assistia a programas de gastronomia.

“Ver comida e não ser capaz de comer era uma espécie de tortura”, relembra.

Apesar de nunca ter perdido a esperança, a família sofria profundamente.

“Eu via o medo nos olhos dos meus irmãos quando eles vinham me ver.”

Quando as visitas iam embora e as luzes se apagavam, Victoria conta que criava roteiros de histórias na cabeça para se entreter e se manter produtiva.

“Eu meio que tentava visualizar a vida que me imaginava vivendo, as experiências que queria ter, os lugares que gostaria de ir… Eu realmente tentava focar na gratidão, na esperança e no otimismo.”

‘Começo do milagre’

Até então ninguém sabia o que estava por trás da doença de Victoria — os médicos estavam cientes que havia uma inflamação no cérebro, mas não conseguiam identificar a causa. E ela própria foi descobrindo sua situação aos poucos, pescando fragmentos de conversas.

“Descobri que ficaria paralisada ouvindo uma conversa aleatória, assim como soube que havia danos irreversíveis na minha coluna, danos no meu cérebro… Descobri tudo isso por meio de conversas entre enfermeiros e médicos.”

Victoria tinha convulsões frequentes ao longo do dia — e os médicos resolveram prescrever um remédio para ela dormir, que de alguma forma acabou com as convulsões.

Foi quando seu corpo experimentou subitamente uma calma desconhecida, o que levou a uma mudança milagrosa.

“Pela primeira vez em quase um ano, desde o início das convulsões, tive um momento para respirar. E percebi que podia mover meus olhos.”

“Minha mãe entrou no quarto, e eu apenas olhei para ela e a segui com meus olhos. Ela veio até mim e disse: ‘Se você consegue me ouvir, você pode piscar? Pisque uma vez, pisque duas vezes, apenas pisque’.”

“E eu não parei de piscar. Esse foi o começo do nosso milagre.”

“Tive muitos momentos realmente extraordinários, mas, de longe, este momento foi a minha maior conquista, porque foi o momento em que finalmente mostrei à minha família, mostrei à minha mãe: ‘Ainda estou aqui’.”

“Ela começou a chorar, e dentro de mim eu ficava pensando: ‘Que bonito isso’.”

Aos poucos, Victoria retomou o controle de seu corpo novamente, e foi abrindo canais de comunicação com o mundo exterior. De piscar, ela passou a apontar para um quadro com o alfabeto e, na sequência, a usar linguagem de sinais — até o momento em que ela conseguiu dizer suas primeiras palavras.

“As primeiras palavras que disse à minha família foram: ‘Eles me machucaram'”, recorda a jovem, fazendo referência aos abusos que sofreu por parte da equipe médica.

“Foram primeiras palavras tristes, mas eu realmente precisava dizê-las.”

“Contar à minha família que eles haviam me machucado, foi como se eu retomasse o controle que havia sido tirado de mim”, avalia.

E Victoria focou todos seus esforços na recuperação.

“Sou muito teimosa. Então, se você me disser que não posso fazer algo, vou provar que você está errado.”

“Trabalhei todos os dias com um fonoaudiólogo, um terapeuta ocupacional, um fisioterapeuta, era muito tempo que precisava recompensar.”

Ela finalmente recebeu alta — e deixou o hospital em uma cadeira de rodas, paralisada da cintura para baixo.

“Foi devastador. Eu tive dificuldade em aceitar, mas também pensava: ‘É melhor do que estar em uma cama de hospital’.”

O diagnóstico

Enquanto se recuperava, os médicos descobriram a causa do seu declínio de saúde: dois distúrbios neurológicos raros, mielite transversa e encefalomielite aguda disseminada.

Estas duas condições fizeram basicamente com que seu corpo atacasse seu cérebro e medula espinhal.

Victoria desafiou todos os prognósticos médicos

Pouco antes de completar 16 anos, ela havia melhorado a ponto de poder voltar para a escola. Mas não foi um retorno fácil.

“Foi um pesadelo.”

“Eu estava fora da civilização há 4 anos, então era alvo de bullying”, relembra.

“Eu pensava: ‘O que é Facebook, o que é iPhone?’ Quando eu tinha 11 anos, celular era uma grande coisa: era preciso ser adulto para ter um. E agora todo mundo tinha um celular.”

Aos poucos, ela conseguiu se reinserir — graças, principalmente, à ajuda dos irmãos. Foram eles, inclusive, que a levaram de volta para sua grande paixão: a piscina.

“Eu era o tipo de criança que você não consegue tirar da água. Adorava estar na água. Mas a ideia de nadar sem minhas pernas me apavorava.”

“Meus irmãos diziam: ‘Temos que superar esse medo da Victoria. Precisamos levá-la de volta ao lugar que a deixa mais feliz’.”

“Então eles colocaram um colete salva-vidas em mim, agarraram meus braços e minhas pernas e pularam comigo na água”, conta.

O sonho (e o ouro) Paralímpico

Começava ali sua trajetória na natação paralímpica. Victoria botou toda sua energia no esporte — e aprimorou sua técnica a cada dia.

‘Aquela medalha tinha um significado maior. Era sobre nossa família e o fato de nenhum de nós ter desistido’, diz Victori

Mas quando compartilhou com seu treinador o desejo de disputar os Jogos Paralímpicos Londres 2012, a resposta foi um banho de água fria.

“Ele respondeu: ‘Você quer dizer, daqui a um ano?’ E eu pensei: ‘Sim’. E ele disse: ‘Ah, querida, você não tem chance, as pessoas treinam por anos e anos, e você acabou de voltar para a piscina’.”

“Foi como levar uma facada”, recorda.

Mas sua mãe havia ouvido a conversa. E, na volta para casa, parou o carro e disse à filha algo que ela nunca vai esquecer.

“Ela apontou o dedo para mim e disse: ‘Nunca deixe ninguém dizer que você não pode fazer algo. Se você acredita que pode fazer algo, trabalhe duro nisso, você pode alcançar qualquer coisa. Eu estaria condenada se deixasse um treinador qualquer dizer o que você é capaz, dado o quão longe você já chegou’.”

Victoria mudou então de treinador.

Os Jogos Paralímpicos Londres 2012 aconteceram apenas três anos depois de ela ter recuperado a habilidade de piscar.

E Victoria não só entrou para a equipe, como conquistou a medalha de ouro nos 100m estilo livre (S6) — e três pratas (50m livre, 400m livre e revezamento 4x100m livre).

“Foi muito louco estar no pódio e me dar conta de que dois anos antes meus irmãos estavam me jogando na piscina. (…) Foi definitivamente um momento incrível.”

“(Só que) ganhar o ouro não se tratava do ouro em si, mas de olhar para as arquibancadas e ver minha família. Vê-los pela primeira vez chorando lágrimas de alegria, em vez de lágrimas de tristeza e medo.”

“Aquela medalha tinha um significado maior. Era sobre nossa família e o fato de nenhum de nós ter desistido”, avalia.

Primeiros passos

Ganhar a medalha de ouro paralímpica não foi suficiente para Victoria. Havia algo que ela estava desesperada para conseguir: a habilidade de andar.

A natureza da sua condição era muito rara. E, a princípio, não estava claro se ela voltaria a andar. Os efeitos no longo prazo do distúrbio que ela teve variam de pessoa para pessoa.

Ela decidiu então ignorar os prognósticos mais uma vez.

“Mentalmente, eu não conseguia superar o fato de que eu tinha literalmente desafiado todos os prognósticos, exceto aquele.”

Com a ajuda dos pais, ela passou então a se dedicar ao projeto de reabilitação para voltar a andar — eram seis horas de treinamento diário.

“Era uma espécie de (processo de) regeneração. Mover as pernas, lembrando-as de trabalhar, para recriar as redes neurais, reconectar as redes neurais”, explica.

“Após dez meses de treinamento rigoroso e intenso, senti uma fisgada no meu quadril direito. Era uma contração muscular, que eu conseguia ativar.”

Até que, na primavera de 2016, Victoria foi capaz finalmente de dar seu primeiro passo sozinha — dez anos depois do último passo que havia dado.

“O primeiro passo foi bem vacilante. Caí bastante, mas foi incrível. Me lembro de caminhar até minha família e dar um abraço neles de pé. De abraçar meus treinadores de pé. E pensar: ‘Nossa, como sou alta’.”

A partir daí, Victoria não parou mais — se tornou comentarista esportiva, apresentadora de televisão e palestrante motivacional, além de cofundadora junto à mãe da Victoria’s Victory Foundation, ONG que ajuda pessoas com desafios de mobilidade.

Ela realizou, inclusive, outro sonho de infância: participar do programa Dancing with the Stars. E ficou em quinto lugar na competição em 2017.

Victoria e Valentin Chmerkovskiy, sua dupla no programa ‘Dancing with the Stars’

“Sei o quão precioso é cada dia, cada momento, cada respiração — e não quero perder um momento sequer”, diz ela.

“Se eu pudesse voltar e dizer algo para a pequena Victoria, deitada naquela cama, seria: ‘Adivinha o que vai acontecer? Você só precisa continuar lutando’.”

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Vale do Panjshir: conheça a única província que ainda resiste ao Talibã no Afeganistão https://saibaqui.com/these-90s-fashion-trends-are-making-a-comeback-in-2017/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=these-90s-fashion-trends-are-making-a-comeback-in-2017 Sun, 22 Aug 2021 10:40:14 +0000 http://www.mvpthemes.com/zoxnews/?p=76

Um vale montanhoso a cerca de duas horas de carro da capital Cabul é a única das 34 províncias do Afeganistão que está livre do controle do Talibã. E é no vale do Panjshir, que significa “Cinco leões”, que está se formando o que parece ser uma resistência ao grupo extremista.

A capital de Panjshir é Bazarak, que fica a apenas 120 km a nordeste de Cabul, e a região é um vale íngreme e montanhoso de difícil acesso que nem os soviéticos nem os talibãs conseguiram conquistar (veja mais abaixo).

O Talibã conquistou praticamente todo o Afeganistão em apenas dez dias, mas ainda não tentou invadir a província.

É lá que estão dois líderes que se levantaram contra a tomada do poder: Ahmad Massoud, filho de 32 anos do lendário comandante Massoud, e Amrullah Saleh, primeiro vice-presidente afegão que diz ser o “legítimo presidente interino” do país.

Massoud tem usado a imprensa ocidental para pedir ajuda para combater o Talibã: nos últimos dias, ele escreveu no jornal americano “The Washington Post” e na revista francesa “La Règle du jeu” (“A regra do jogo”, em tradução livre), fundada pelo escritor Bernard Henri-Lévy (veja mais abaixo).

Saleh, que era um dos assessores mais próximos do pai de Massoud, afirmou na terça-feira (17) que “em hipótese alguma se curvaria” aos “terroristas do Talibã” e pediu: “Junte-se à resistência”.

Também está na região o general Bismillah Mohammadi, ministro da Defesa do governo deposto.

Resistência à URSS e ao Talibã

 

Ahmad Massoud é filho do comandante Ahmad Shah Massoud, herói da resistência antissoviética no Afeganistão que ganhou o apelido de “Leão de Panjshir”. Seus seguidores o chamam de Amir Sahib-e Shahid, que significa “nosso amado comandante martirizado”.

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